sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Violência Psicológica – marcas nem tão invisíveis assim

Foto: By Senado Federal (Fotos produzidas pelo Senado) [CC BY 2.0 (http://creativecommons.org/licenses/by/2.0)], via Wikimedia Commons

"A violência fere e causa danos deliberada e sistematicamente à integridade física, psicológica e / ou sexual das pessoas. Ele é exercida individual e / ou socialmente e tem como objetivo a pratica e / ou manutenção de relações de dominação e de poder. A violência é, não importa onde ela ocorra, uma violação dos direitos humanos." – Strobel, 2004 Departamento de Igualdade.

A violência psicológica retrata um padrão sistemático de comportamento ao longo de um período de tempo. Ela se caracteriza pela aplicação repetida e intensa de alguns comportamentos, com a finalidade de intimidar e reduzir o outro, com o objetivo de obter poder e controle.

A gravidade da violência psicológica para a vítima é diretamente proporcional à proximidade afetiva que esta tem com o agressor, ou seja, quanto mais próxima é a relação entre o agressor e a vítima, mais ela será afetada pela violência que lhe é infringida.

Violência psicológica não é uma ação individual e situacional. Ela se apresenta, como dito acima, em padrões sistemáticos, alguns conhecidos como a violência doméstica, a perseguição (stalking) ou intimidação (mobbing).

As queixas mais comuns das mulheres vítimas de violência psicológica dentro de seus relacionamentos são que elas são humilhadas, ameaçadas, chantageadas, impedidas de trabalhar fora, de ter sua liberdade financeira e de sair; ameaçadas de espancamento e de morte; privadas de afeto, de assistência e de cuidados quando a estão doentes ou grávidas, ignoradas e criticadas por meio de ironia e piadas, são ofendidas e têm o seu corpo menosprezado; são desrespeitadas em seu trabalho de cuidado com a família ou fora de casa; criticadas de forma depreciativa e permanentemente em sua atuação como mulher e mãe; são tratadas com linguagem ofensiva, perseguidas, têm sua privacidade inspecionada ou são chantageadas.

Crimes como esses são muito difíceis de serem detectados, pois muitas vezes as vítimas se sentem acuadas e culpadas como se fossem elas as responsáveis ou causadoras de todo esse mal. Normalmente o agressor tenta intimidar a vítima de forma dissimulada, mobilizando-a emocionalmente e psicologicamente e fazendo com que ela se sinta inferiorizada e com sentimentos de culpa.

Esse tipo de abuso pode acarretar à vítima uma tendência maior a depressão ou ansiedade, problemas psicossomáticos, distúrbios alimentares ou do sono, podendo em casos mais graves induzir a idéias suicidas.

As vítimas devem procurar apoio e informação sobre seus direitos para poderem romper com o ciclo de violência.

Na Suíça não temos uma lei que trate especificamente da violência psicológica, mas o código penal suíço prevê regras de punições aos agressores que cometem crimes, tais como ameaça (Art. 180 StGB Tatbestände Drohung), coação (Art. 181 StGB Nötigung) e chantagem (Art.156 StGB Erpressung).

Existe ainda a Lei de Proteção de Contra a Violência, GSG-Gewaltschutzgesetz, que garante a segurança das mulheres vítimas de violência doméstica e a Lei de Ajuda às Vítimas (Opferhilfegesetz).

Talitha Salum Widmer é psicóloga, com especialização em psiquiatria e saúde social. Trabalha há 25 anos com a temática violência contra a mulher. Atualmente atua no Centro de Aconselhamento para Mulheres (Frauenberatung sexuelle Gewalt)

Frauenberatung: sexuelle Gewalt
Centro de Assistência para Mulheres Vítimas de Violência Sexual e Doméstica
Langstrasse 14
8004 Zürich
Tel.: 044 291 46 46
www.frauenberatung.ch
info@frauenberatung.ch
PC 80-44005-3

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