segunda-feira, 6 de março de 2017

Fora de casa o final de ano é diferente


Vida na Suíça
Comemorar o final de ano fora da terra natal é uma experiência bem diferente para a maioria das pessoas. Tanto faz se estamos apenas em viagem ou se moramos fora do nosso país. São outros rituais, outras cores e sabores, outras companhias.

A Linha Direta fez uma pequena consulta a brasileiros e brasileiras que moram na Suíça para saber como eles comemoram as festas de final de ano e o que mudou em relação ao Brasil. Aqui vai um apanhado geral das respostas. Quem sabe você se identifique com uma ou outra.

Quando perguntamos sobre as imagens que vêm à mente quando se fala de Natal e final de ano no Brasil, a resposta número 1 foi “Família”. É mais ou menos como a música “Longe de casa há mais de uma semana... Milhas e milhas distante do(s) meu(s) amor(es)”....

Boa parte das pessoas relaciona o final do ano com o encontro da grande família e dos amigos, com presentes, cores, música, peru, champagne, árvores de Natal com “neve” de algodão, enfim, muita animação. Claro que não podem faltar os fogos de artifício, muitas luzes e decoração, bombardeio de propaganda na televisão. Destaque especial para a tradicional Corrida de São Silvestre, marca registrada do Brasil no exterior.

Interessante foi perceber que quase todos mencionaram VERÃO! Festejar o final do ano nesta estação parece que faz uma diferença enorme. Calor, agitação, festejar no terraço... magia, pedidos, flores, fogos, rezas, espiritualidade junto à natureza, dançar até o dia clarear.

Mas nem tudo são cores. Uma das entrevistadas tem como última lembrança do Natal a árvore de Natal piscando na mesa da sala enquanto fugia com sua mãe para não ser assassinada pelo pai. Lembranças, boas ou ruins, ficam marcadas na nossa mente e no coração.

Já quando se fala da virada do ano, roupa branca e comemoração na praia faziam parte do ritual de muitas pessoas. Sem contar a via sacra para ver as diversas decorações especiais ou visitar todos os parentes. Música e dança, assim como a contagem regressiva e as explosões na virada do ano não podiam faltar, assim como os momentos de silêncio e as orações, para agradecer por tudo que passou e pedir proteção para o ano que vai chegar.

E como é na Suíça?

Saudades de casa, frio e neve são as primeiras imagens que vêm à mente quando se pergunta sobre o Natal na Suíça. Tudo é mais organizado, as árvores de Natal são naturais, assim como a neve e o brilho das luzes, que iluminam a escuridão. É como viver em carne e osso os momentos e imagens de Natal dos livros de história no Brasil.

Claro que também tem comida especial, vinho quente, feirinhas de natal e compras. Para uns, a casa está lotada, para outros, a festa é num pequeno grupo, em casa ou num restaurante. De forma geral predomina um Natal mais calmo e aconchegante, com músicas gospel ou pequenos grupos tocando nas ruas. O frio convida a fazer os biscoitinhos de Natal, o “Adventskalender”, Calendário de Advento, com pequenos presentes e surpresas para as crianças.

No final do ano, a “festa” ganha outros contornos. Há quem aproveite para viajar ou os que procuram guardar a tradição de reunir muita gente para cantar e dançar. Lareira, muita roupa e neblina são imagens que fazem parte desta época do ano para muitos. Tem também a famosa “Tischbombe”, uma embalagem em forma de „bomba“, que „explode“ quando se acende o pavio e solta um monte de objetos pequenos de cartolina e plástico: narizes de palhaço, bigodes, óculos. Daí cada um pega alguma coisa e se fantasia. Para as crianças pequenas é uma festa ver quem consegue pegar mais objetos. Há quem aproveite o Primeiro de janeiro para ir ao rio e colocar rosas brancas na água, pedindo proteção para o novo ano.

Quando se pergunta do que as pessoas mais sentem falta no exterior quando chega o final de ano as respostas são praticamente unânimes: família, calor, praia e verão! Muitos também sentem falta das músicas, abraços, do calor humano. Mas há quem diga que tem tudo que necessita aqui e não sente falta de nada. Outros procuram ver o que há de bom: a beleza e romantismo do inverno, com a neve caindo devagar, formando uma linda paisagem.

E aqui vão os desejos para 2016...


Que as pessoas não sejam solidárias somente com quem está muito longe, mas que se lembrem de ajudar quem está por perto. Que a paz aconteça agora e não amanhã. Saúde e união para todos e um mundo engajado para a paz. Mais amor e menos violência, um pouco mais de tolerância e compreensão entre os seres humanos. Que o amor àgape toque o coração da humanidade.

E na vida pessoal, muita energia e saúde, viagens, visitas à família no Brasil, conseguir o tão sonhado emprego ou trabalhar menos e ganhar mais! Que haja mais verão, também dentro dos corações e que tudo vá mais devagar....

„Adeus Ano Velho, feliz Ano Novo, que tudo se realize no ano que vai nascer... “ e que a gente continue em Linha Direta em 2016!

Leia mais matérias na Edição 16 da Revista Linha Direta.

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