segunda-feira, 6 de março de 2017

Integração profissional como prioridade

A Revista Linha Direta entrevistou por E-Mail o responsável pelo Setor de Mídia e Informação do HEKS, Dieter Wüthrich para saber detalhes sobre a campanha „Chancengleichheit zahlt sich aus“ („A igualdade de oportunidades compensa“).

LD: Senhor Wüthrich, por que o HEKS escolheu este tema para a campanha? Por que agora?
DW: Uma das prioridades do trabalho do HEKS dentro da Suíça é a integração profissional. O HEKS desenvolve diversos programas de integração profissional e já percebeu há muito tempo que nem todos os grupos de pessoas têm as mesmas chances no mercado de trabalho. Pela experiência dos projetos do HEKS os seguintes grupos são os mais atingidos: Jovens de classes sociais desprivilegiadas; profissionais mais velhos (50+); pessoas com baixa qualificação, com ou sem origem imigrante; imigrantes com alta qualificação, especialmente de países fora da União Europeia e EFTA.

Para o HEKS estava claro: Essas pessoas representam um potencial que as empresas atingidas por escassez de mão-de-obra agora ou no futuro poderiam utilizar. Por essa razão o HEKS lançou, em 2013, pela primeira vez, a campanha nacional „Chancengleichheit zahlt sich aus“ („A igualdade de oportunidades compensa“), a fim de despertar a atenção para o tema.

Por um lado, o HEKS queria trazer à tona a discussão sobre o melhor aproveitamento do potencial da mão-de-obra interna e apontar para o potencial desses quatro grupos. Por outro lado, o HEKS procurou esclarecer junto aos empreendedores suíços se eles viam um potencial de aproveitamento da mão-de-obra desses quatro grupos e o que poderia motivá-los a empregar mais pessoas dos referidos grupos-alvo. Para isso, o HEKS contratou o Instituto B.S.S. Volkswirtschaftliche Beratung, de Basel, para realizar a pesquisa „Obstáculos e assistência para a utilização do potencial da mão-de-obra local“, cujos resultados foram apresentados numa conferência de imprensa no dia 20 de abril deste ano.

O resultado: A grande maioria das empresas reconhece o potencial desses quatro grupos. O maior potencial é visto nos profissionais mais velhos, seguidos pelos imigrantes altamente qualificados dos chamados „terceiros países“. No quadro do desenvolvimento deste terceiro ano da campanha „Chancengleichheit zahlt sich aus“ o HEKS decidiu focalizar os imigrantes qualificados, originários de terceiros países. Isso por várias razões:

- No discurso atual sobre carência de mão-deobra estão sendo desenvolvidas prioritariamente iniciativas e estratégias para a melhor utilização do potencial interno de mão-de-obra feminina e de trabalhadores mais velhos.

- Isso é unilateral e transmite uma imagem falsa sobre a força de trabalho com origem imigrante residente no país. Apesar da quota de acadêmicos entre os novos imigrantes ter crescido consideravelmente nos últimos anos e de que, com 42%, a proporção de certificados de ensino superior entre os imigrantes de terceiros países seja significativamente maior do que entre os suíços e suíças, esse grupo é o mais atingido pelo desemprego e a desqualificação.

- O desemprego não é mais um fenômeno que atinge apenas pessoas sem qualificação. Também pessoas com formação superior podem, em função de sua origem (e outras características como sexo ou idade) ser desfavorecidas e discriminadas no mercado de trabalho.

LD: Vocês já colheram resultados concretos? Como o tema será retrabalhado nos próximos anos?
DW:
O HEKS formulou seis exigências, que se dirigem a políticos e empresas (veja nas publicações do HEKS, em alemão e francês). O HEKS não quer porém apenas fazer exigências, mas quer também contribuir ativamente. Com o apoio da deputada Anita Fetz, de Basel-Stadt, o HEKS elaborou um postulado pelo qual o Conselho Federal fica responsável por examinar a criação de um banco de dados nacional para a interpretação dos diplomas estrangeiros. O Conselho Federal porém rejeitou o postulado, alegando que já existem opções suficientes para a interpretação dos diplomas estrangeiros. Nesse ponto porém o HEKS vai continuar insistindo.

Além disso, o HEKS vai se engajar também para divulgar melhor o bom exemplo dado por algumas empresas. O Estado e as associações empresariais devem informar sistematicamente empresas e administradores sobre iniciativas implementadas com sucesso, a fim de que eles se sintam motivados a recrutar mão-de-obra à qual eles até agora deram pouca ou nenhuma atenção.

Vida na Suíça
A brasileira Léa Ferreira Grandchamp veio para a Suíça pelo casamento. Formada em Pedagogia no Brasil, trilhou um longo caminho para conseguir voltar à sala de aula. Com a ajuda do projeto MEM, que disponibiliza mentores para auxiliar os imigrantes na integração no mercado de trabalho, Léa encontrou seu lugar no mercado de trabalho e hoje leciona numa classe de integração.

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